terça-feira, 1 de maio de 2007

"A desgraça do sonhador"


"E vocês sabem o que é um sonhador, cavalheiros? É um pecado personificado, uma tragédia misteriosa, escura e selvagem, com todos os seus horrores frenéticos, catástrofes, devaneios e fins infelizes...um sonhador é sempre um tipo difícil de pessoa porque ele é enormemente imprevisível: umas vezes muito alegre, às vezes muito triste, às vezes rude, noutras muito compreensivo e enternecedor , num momento um egoísta e noutro capaz dos mais honoráveis sentimentos...não é uma vida assim uma tragédia? Não é isto um pecado, um horror? Não é uma caricatura? E não somos todos mais ou menos sonhadores?"

Fiodor Dostoievsky,
in Escritos Ocasionais


Como sonhadora, assumo esta "caricatura", mas com muitas reticências, no que concerne à possibilidade de a minha vida ser uma tragédia só porque passo a maior parte do tempo a sonhar...que seria de mim sem os sonhos?! São o meu refúgio, o meu porto de abrigo, um bilhete de ida e volta para um mundo onde sou realmente livre! Nos meus sonhos não há tempo, obrigações, convenções, ilusões...tudo é real...é o meu mundo, uma realidade paralela que sustenta a minha forma de viver "neste" mundo. Portanto, a minha vida não é uma tragédia! Afinal, "pelo sonho é que vamos" (Sebastião da Gama).

Sabbat

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